Oferta e procura

Aluguel favorável ao inquilino

Com grande oferta de imóveis, lei do mercado leva à redução de preços e “força” proprietários a negociarem

Paulo Rossi -

O elevado número de lançamentos nos últimos seis, sete anos, em Pelotas, desde os residenciais do programa Minha Casa, Minha Vida até os de padrão mais elevado, despejou imóveis no mercado e fez com que os preços dos aluguéis baixassem. Nos últimos dois anos foi registrada redução de até 20% em alguns casos dos residenciais e de 10% a 15% na renegociação dos comerciais que, dependendo do caso, pode chegar a 20% também. A lei do mercado imobiliário atualmente é a seguinte: o proprietário que não aceita baixar o valor, não aluga. 

O advogado Paulo Miranda tem vários imóveis, entre residenciais e comerciais, e confirma que é preciso ceder para manter o imóvel locado. Relata já ter sido procurado pelo inquilino de imóvel comercial que pediu desconto ou de residencial que quer bonificação. Cedeu em ambos os casos. Um dos seus bens, localizado no centro da cidade, estava alugado por um bom preço, mas teve de reduzir o valor para manter o imóvel ocupado. Preferiu assim a ficar com mais um desocupado.

O proprietário de imobiliária e diretor do Secovi Zona Sul, André Petry, salienta que essa revisão contratual tem sido frequente, tendo em vista a crise econômica do país, o desemprego na região e o fechamento de estabelecimentos comerciais. As imobiliárias têm feito campanhas para atrair clientes e oferecem o primeiro mês grátis, seguro fiança, entre outras alternativas para fechar negócios no momento, que é delicado.

A partir dos lançamentos de novos condomínios, houve devolução de muitas unidades, pois várias pessoas compraram. Isso, aliado à oferta dos novos, fez os preços caírem, pela oferta que cresceu. Mas não chega a ocorrer deflação, pois existem correções pequenas, acentua. Os reajustes há meses estavam em cerca de 10%, hoje ficam entre R$ 11,00 e R$ 15,00.

Conforme Petry, tem proprietário brigando no mesmo prédio para conseguir alugar seu imóvel e com isso ocorrem mais reduções. “Hoje em dia quem tem alugado é quem está cedendo ou com bonificação ou valor mais baixo”, enfatiza. Há quem esteja locando para não ter despesas com condomínio e taxas. Esses baixam ainda mais. Tem quem alugue pela metade do valor do condomínio, só para não ter contas a pagar, frisa Petry.

Uma das zonas na cidade que teoricamente não baixam ou reduzem pouco o valor de mercado é próxima a universidades, pois os alunos, por comodidade e segurança, acabam alugando um lugar para morar próximo de onde estudam. O também diretor do Secovi e proprietário de imobiliária, José Dilmar Alves, frisa que o valor de aluguel de prédios comerciais chegou a cair 20% em alguns casos. “Se o proprietário não ajustar, não aluga”, assegura. Tem muitos fechados e considera que é melhor locar por menos do que manter o bem em desuso.

A realidade ontem e hoje
O apartamento de um quarto, procurado por estudantes, fica na faixa de R$ 900,00 a R$ 1 mil e está diretamente ligado ao valor condominial. Já o de dois dormitórios, que antes era alugado entre R$ 1,5 mil e R$ 1,6 mil, hoje custa entre R$ 1,1 mil e R$ 1,2 mil. Os de três, dependendo do padrão, podem ser encontrados na faixa de R$ 1,8 mil a R$ 2,7 mil.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Emaranhado sem data para desaparecer Anterior

Emaranhado sem data para desaparecer

Reintegração de posse é suspensa durante ação no Arco-Íris Próximo

Reintegração de posse é suspensa durante ação no Arco-Íris

Deixe seu comentário